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Produzido entre 1968 e 1992, o Chevrolet Opala foi o primeiro veiculo de passeio da GM do Brasil.
E que estreia foi essa. Além do sucesso de vendas o modelo foi responsável por transformar centenas de proprietários em verdadeiros fãs, do Opala e da Chevrolet.
A seguir, nossa singela homenagem ao carro que marcou toda uma geração e que ainda hoje é reverenciado por várias partes do país.
Começo da história
A história do Opala começa quando a GM, decidida a ampliar o espectro de veículos comercializados no Brasil, opta por introduzir no mercado um carro de passeio que atendesse à crescente demanda por veículos de luxo.
Iniciava-se, então, o projeto 676, que tinha por base a carroceria do alemão Opel Rekord C e a mecânica de sucesso do aclamado Impala, o melhor sedã da GM norte-americana à época.

Dois anos de desenvolvimento e testes foi o período necessário para que a equipe de engenheiros da GM transformasse a base alemã em um modelo adaptado ao gosto dos brasileiros. Além de pequenas modificações visuais nas partes dianteira e traseira, a GM optou por um novo sistema de tração, agora traseira, e de suspensão, que passou a ser independente nas quatro rodas, com braços sobrepostos.
Finalmente, no VI Salão do Automóvel, realizado ao final de 1968, em São Paulo, o Chevrolet Opala foi revelado.
Estrondoso sucesso de vendas, o Opala rapidamente se transformou em sinônimo de conforto, confiabilidade, qualidade e robustez mecânica, atributos que, reunidos, o tornaram um modelo de carro até então nunca visto no Brasil.
O Opala
No lançamento, o visual do Opala era refinado: grades finas e cromadas, com o emblema da Chevrolet no lado esquerdo, linhas suaves e calotas diferenciadas. Além de ser quatro portas e ter câmbio manual de três marchas, a versão inicial apresentava, ainda, duas opções de acabamento, Standard e Luxo, esta com rádio e relógio eletrônicos.
Quanto a motorização, a linha 69 oferecia duas opções: 4 ou 6 cilindros. Enquanto o Opala 2500 possuía motor de 4 cilindros, com 2500 cm³ de volume, oferecendo rendimento de 80 cv a 3800 rpm, o Opala 3800 era equipado com motor 6 cilindros de 3.768 cm³ de volume e que rendia 125 cv a 4000 rpm.
Com o sucesso inicial do modelo, a GM investiu no lançamento de outras versões do Opala, diversificando os segmentos. Durante o período de 71 a 74, surgiram, então, os modelos SS e Gran Luxo e a versão coupé.
Enquanto o Gran Luxo tornava o veículo ainda mais confortável, o SS despontava para concorrer com modelos esportivos.
Até hoje uma das versões preferidas dos fãs, o SS foi o sonho de muitos fanáticos por performance e velocidade.
Equipado com câmbio de quatro marchas, o SS vinha com um novo motor, seis cilindros, 4,1 L, que rendia 140 cv a 4.000 rpm. Freio dianteiro a disco, tração positiva (diferencial autoblocante) e estabilizador traseiro também faziam parte do repertório da nova versão.
Isso tudo sem falar do visual, que esbanjava esportividade. As conhecidas faixas laterais pretas e a inscrição SS adornavam a carroceria, enquanto as rodas de tala larga cinco polegadas e aro 14 deixavam o modelo ainda mais robusto. No interior, conta-giros no painel e o famoso volante de madeira com três raios.
De 75 a 1980, o Opala sofreu sua primeira reestilização. Um novo design foi apresentado, deixando o carro com ainda mais personalidade. O capô agora com vincos acentuados, grades novas, lanternas redondas duplas e setas nas extremidades dos paralamas dianteiros.
Esse também foi o período em que surgiu a versão SW (Station Wagon) do Opala, a Caravan; o esportivo Cupê 250S e a substituição do Gran Luxo pelo Comodoro.
Já na década de 80 a GM lança um novo topo de linha, o sofisticado Diplomata, com melhor acabamento e equipamentos de conforto de série, como direção hidráulica e ar condicionado.
Ainda entre as novidades do período, câmbio cinco marchas, novo painel de instrumentos, botões de acionamento de retrovisores e vidros e a segunda reestilização de todas as versões, mais retangular, à moda do período.
No final da década, novos faróis são adotados, em formato trapezoidal, acompanhando o design da grade. O volante passa a ter regulagem em altura e o carro ganha mais tecnologia embarcada, como aviso sonoro de faróis ligados, além de temporizador nos vidros e luzes. Uma curiosidade desse período era possibilidade de encomenda da versão alemã do motor 250-S, seis cilindros à gasolina.
A despedida (1990)
Se desde o início da crise econômica e da hiperinflação, na década de 80, a busca por carros mais econômicos era evidente, na década de 90 a manutenção de um Opala chegava ao limite do inviável.
Grande, imponente e pesado, o Opala sofreria previsível descontinuidade, já que o mercado clamava por carros compactos e econômicos.
Antes de sair de linha, entretanto, a própria GM prestou homenagem a esse grande carro lançando 100 unidades especiais do Diplomata, a versão Collectors, nas cores Azul Milos, Preto Menphis e Vermelho Ciprius.
A despedida ainda era acompanhada de uma fita de vídeo e uma revista com a história do Opala e uma pasta comemorativa em couro contendo um relógio, um chaveiro, uma caneta, e uma carta de apresentação do modelo, assinada pelo presidente da GM do Brasil.
O carro que marcou uma geração inteira se despediu do mercado, definitivamente, em 1992, com a marca de um milhão de unidades vendidas depois 23 anos de produção.
Mas a história do Opala não terminou ali e, até hoje, a paixão pelo modelo permanece viva, alimentada por milhares de fãs, os Opaleiros, espalhados por todo o Brasil.
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