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Fundada em 1º de setembro de 1969, a Gurgel Motores foi um projeto ambicioso do engenheiro e industrial João Augusto Conrado do Amaral Gurgel para realização do sonho de produzir um carro genuinamente brasileiro.
Entre os primeiros modelos estavam karts, minicarros para crianças e o famoso bugue Ipanema, que utilizava chassi, motor e suspensão da Volkswagen.
Dezoito anos depois da fundação da empresa, marcando a independência completa da VW, o engenheiro lança o projeto CENA: Carro Econômico Nacional. O protótipo do BR-800 começava, então, a ser desenvolvido, com motor de dois cilindros horizontais opostos, 650 ou 800 cm³, refrigerados a água e com potência de 26 ou 32 cv conforme a versão. Mais tarde, com a evolução do projeto, o protótipo adotou definitivamente o motor 0.8, batizado de Enertron, totalmente projetado pela empresa.
Com velocidade máxima de 117 Km/h e equipado com moderno sistema e ignição controlado por microprocessadores e sem distribuidor, o motor reunia, ainda, a notável capacidade de chegar a quase 6.000 rpm sem flutuação da válvula, superando as especificações do motor da VW.
O plano da Gurgel era ocupar o lugar deixado pelo Fusca e ganhar status de veículo urbano prático e econômico.
Pesando apenas 650 Kg e medindo 3,19 m, o BR-800 apresentava consumo médio urbano de 22km/l e era vendido, com o incentivo fiscal concedido, a quase $7.000 (sete mil dólares), cerca de 30% mais barato que os concorrentes da época.
O pequeno veículo tinha duas portas e acomodava, sem muito conforto, 4 passageiros.
Além dos vidros corrediços que dificultavam a circulação de ar na cabine, outro ponto muito criticado era o difícil acesso ao porta-malas, através do vidro traseiro, que se abria como basculante.
Em contrapartida, o estepe ficava armazenado em prático compartimento exterior, acessível por uma portinhola.
Comercializado de 1988 a 1991, a produção do BR-800 sofreu grande golpe com a decisão do Governo Federal, em 1990, de fixar o IPI em 10%, acabando com o benefício da Gurgel (5%) e beneficiando as montadores estrangeiras, que antes recolhiam 20%.
Com as mudanças fiscais a Fiat logo lançou o Uno Mille com preço semelhante ao compacto brasileiro, mas com maior espaço interno e melhor desempenho.
Sem conseguir apresentar um modelo compatível aos concorrentes, o sonho da indústria automobilística brasileira infelizmente acabou com falência da Gurgel, em 1994.
Mesmo assim, a Gurgel Motores entrou para a história do Brasil com mais de 40 mil veículos vendidos nos seus 25 anos de funcionamento, dentre eles, inclusive, o primeiro carro elétrico da América Latina, o Itaipú (1975).
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Confira abaixo outros carros da Gurgel:



