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Determinar o tempo certo para trocar de carro é algo complicado e que envolve vários fatores.
Analisar o mercado, apurar o impacto da troca nas economias e o real custo benefício da mudança são alguns dos mais importantes.
Existem, entretanto, sinais mais fáceis de identificação que indicam que o momento da toca já está próximo, ou deveria estar.
Sinais comuns
Gastos acentuados
O sinal mais relevante para indicar o momento certo de trocar de carro é, sem dúvidas, o aumento das despesas. Para evitar prejuízos consideráveis, o valor gasto por ano com o carro, isto é, manutenção, impostos e seguro, não deve ultrapassar 10% do valor de venda do carro.
Se os gastos com o mecânico são regulares e passaram a incomodar é bem provável que esses 10% já foram ultrapassados e você esteja perdendo dinheiro. É preciso ficar atento se as visitas frequentes à oficina são resultado da falta de cuidados básicos de manutenção ou indicam um desgaste mecânico acentuado ou comprometimento de partes importantes do carro. Nestes casos, é possível que a troca seja a melhor opção para o proprietário.
Quanto ao valor de revenda, a tabela FIPE ainda é o melhor índice para a base de cálculo, desde que contabilizada a margem de 20 a 30% de desvalorização por características específicas do carro.
Como vimos em post anterior, além da lógica básica de mercado, de oferta e procura, a taxa de desvalorização pode ser influenciada por vários outros fatores como estado geral de conservação do veículo, lista de opcionais presente, fim da produção do modelo, acessórios utilizados e até mesmo a cor escolhida. Dificilmente uma concessionária pagará o preço indicado pela tabela e se sua meta é utilizar o carro atual como entrada na troca por um zero quilômetro é preciso ter em mente o que influencia a margem de desvalorização e negociar bastante, já que, na prática, muito do que se cogita durante a avaliação é subjetivo e dependerá do olhar do observador.
Quilometragem
Especialistas elegem como segundo fator mais relevante para trocar de carro a quilometragem, ou mais especificadamente, o alcance da marca dos 60 mil quilômetros rodados.
Além do aumento do preço das revisões é a partir desse momento que algumas peças começam a dar sinais de degradação acentuados, podendo demandar substituições. Essa marca é utilizada, inclusive, para sinalizar o momento da troca de correia dentada e a verificação do jogo de amortecedores e pneus, além da revisão geral.
Outro fator que contribui para essa marca é a desvalorização, visto que, depois dos 60 mil quilômetros rodados, algumas peças, acessórios e detalhes do veículo passam a demonstrar desgaste, podendo comprometer a aparência geral do carro.
Apesar desses argumentos, algumas pessoas indicam a marca dos 100 mil quilômetros rodados para a troca do veículo. Mas é preciso lembrar que, com essa quilometragem, a venda exigirá um esforço muito maior, uma vez que nessas condições as chances de quebra e danos em componentes importantes (e caros) aumentam significativamente.
Seja qual for a marca estabelecida, a quilometragem rodada é um fator que deve ser observado, todavia, com muita cautela e conjuntamente com o verdadeiro custo benefício da troca, já que a compra de um carro novo envolverá, além do financiamento, despesas com IPVA, licenciamento e emplacamento.
Se o carro atual ainda está em bom estado (mesmo com quilometragem mais alta), sua situação financeira não está tão favorável ou o impacto financeiro da troca for comprometer mais do que 20% das receitas mensais é preciso discernimento para considerar se realmente momento da troca já chegou.
E claro, uma troca planejada deve ser buscada sempre, acima de qualquer impulso, principalmente diante de financiamentos de duração superior aos 24 meses. Muitas mudanças podem ocorrer durante esse período e imprevistos acontecem com qualquer pessoa.
Economizar por mais tempo e juntar a quantia necessária para uma entrada maior, por exemplo, podem ser atitudes bem-vindas ao trocar de carro.
Tempo de uso
Tempo de uso é outro item importante a ser considerado para a mudança.
Muitos indicam o prazo máximo de cinco anos já que é o tempo médio oferecido em garantia pelas montadoras, além de ser um divisor no quesito despesas com manutenção. Superado esse prazo, os gastos com a mecânica são, de maneira geral, consideravelmente maiores.
Além disso, algumas peças de borracha e plástico tem prazo de validade de 5 anos que, alcançado, aumenta as chances de deformação ou deterioração, prejudicando o estado geral e aparência do veículo.
Insatisfação
Outro motivo comum para trocar de carro é a insatisfação com o veículo, montadora ou concessionária.
Além de problemas com ergonomia, dirigibilidade e economia é comum encontrar novos proprietários insatisfeitos com o pós-venda, como a falta de uma malha de concessionárias extensa e a disponibilidade de peças para reparos, principalmente se a montadora não possui fábrica no país ou ainda não se consolidou totalmente no mercado, como as marcas tradicionais VW, Fiat, GM e Ford.
Por esses motivos é muito importante saber escolher bem o modelo e a montadora, bem como aproveitar ao máximo o test drive para verificar se aquele modelo realmente é compatível com suas expectativas e satisfaz suas necessidades.
Dicas para a hora certa
Identificada a necessidade e possibilidade de trocar de carro agora é saber escolher a hora certa para fazer o melhor negócio.
Algumas dicas ajudam você a economizar, como comprar no final do mês, trimestre ou semestre, quando vendedores precisam cumprir metas estabelecidas e as concessionárias acabam oferecendo bons descontos.
Preferir a tarde à manhã, bem como a segunda ao final de semana obedecem à lógica da oferta e procura e apostam na falta de outras oportunidades para o vendedor, o que, todavia, nem sempre se verifica.
Uma dica interessante é aproveitar o modelo do ano quando há o lançamento da versão seguinte, momento em que descontos para a renovação dos produtos são comuns. Todavia, essa estratégia somente vale a pena se a atualização não traz mudanças significativas, estéticas ou na lista de equipamentos, e se o desconto oferecido é relevante de, no mínimo, 20% do valor do carro.
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