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É de conhecimento geral que a depreciação do carro zero quilômetro começa a partir da sua retirada da concessionária. Mas não é apenas o tempo de circulação que influencia sua desvalorização, o estado de conservação, categoria, presença da montadora no mercado brasileiro, os acessórios e até mesmo a escolha pela cor são determinantes para o valor de revenda.
Nesse post vamos entender um pouco como o processo de desvalorização acontece e quais são os itens que influenciam diretamente no valor do veículo na revenda.
Entendendo o processo de desvalorização
De maneira geral, a conhecida mercadologia da definição do preço em função da oferta e da procura também se aplica aos carros seminovos e usados.
Quando a demanda por um determinado veículo é relativamente grande e sua oferta é pequena ele se torna um bem valorizado e passa a ser comercializado em valores mais altos. Ao revés, quando o veículo é facilmente encontrado no mercado e a procura por ele não é proporcional, ele sofre desvalorização e seu preço tende a diminuir para alcançar a venda.
Nos últimos anos, o estudo de depreciação anual de carros zero quilômetros revela uma predominância na valorização de carros populares que, em geral, são hatches.
Entretanto, essa regra do mercado é apenas uma norma genérica que por si só não basta. Em comparação com os veículos zero quilômetro, a venda de carros seminovos e usados é um processo mais complexo, que envolve variáveis diversas.
Pode ser que um modelo seja desejado por muitos, com oferta baixa no mercado e mesmo assim sofra desvalorização acentuada por ser da cor laranja, por exemplo, ou ter problemas mecânicos ou estéticos visíveis ou, ainda, seja equipado com acessórios muito chamativos. Vejamos alguns itens que influenciam diretamente no valor de revenda.
Estado de conservação
Na hora de escolher um carro usado, o primeiro item avaliado é, sem dúvidas, o estado de conservação do veículo.
Pintura queimada ou desuniforme, arranhões profundos, amassados na lataria e problemas na aplicação da película insufilm são sinais muito visíveis que chamam a atenção do comprador negativamente.
Um interessado mais atento observará, ainda, quilometragem, o estado de uso dos pneus, a resposta do amortecedor à pressão vertical descendente, barulhos no câmbio e motor, conservação dos bancos etc.
Todos esses fatores são importantes para a precificação e muitas vezes o antigo ditado popular de que “a primeira impressão é a que fica” acaba se tornando uma realidade.
Características do veículo
Outro ponto determinante é o tipo de carro (categoria) e os acessórios e opcionais que o complementam.
No mercado de seminovos um carro equipado com ar condicionado, trio elétrico e direção hidráulica/elétrica, por exemplo, tem muito mais valor que um carro básico. Afinal, o principal motivo pelo qual as pessoas optam por seminovos é justamente a possibilidade de encontrar um carro confortável em faixa de preço semelhante ou até menor que a de um zero quilômetro básico.
Outros opcionais que auxiliam a valorização do veículo são câmera de ré, motorização mais elevada e itens de tecnologia embarcada como as centrais multimídia que, em média, facilitam a revenda em até 60%.
Já quanto aos acessórios a história é um pouco diferente e a preocupação deve ser quanto à desvalorização do carro, já que esses itens envolvem, na maior parte das vezes, predileções pessoais que podem ou não refletir o gosto dos novos compradores.
Essa é uma verdade que se aplica, inclusive, à escolha da cor do carro. Estudos indicam que hatches com cores chamativas como amarelo e laranja são os mais desvalorizados, enquanto os brancos e azuis sofrem menor queda. Já quanto aos sedãs, os pratas, pretos e cinzas estão entre os menos valorizados, com valorização dos azuis.
O tipo de carro e as necessidades a que ele atende também influenciam os preços de revenda.
Carros premium, tipicamente comerciais ou veículos de passeio atendem a necessidades diferentes e possuem características também diversas, tendo seu preço, portanto, influenciado por fatores distintos.
Presença da montadora no país
Finalmente, entre os itens importantes a se observar é a presença da montadora no país e a estrutura de sua rede de representantes.
Normalmente, os carros cuja montadora não possui fábrica no Brasil já apresentam valores menores quando zero quilômetros. A falta de uma estrutura adequada no pós vendas como disponibilidade de peças, acessórios e autorizadas é fato crucial para uma desvalorização ainda maior dos modelos quando seminovos.
Em contrapartida, marcas tradicionais, com mercado e estrutura consolidados no país como Fiat, GM, VW, Ford e Toyota são sempre mais valorizadas, com bom valor de revenda.
Para garantir um bom negócio na revenda do carro é preciso estar atento desde a compra, com uma escolha racional da cor, opcionais e acessórios, e também durante a utilização, evitando a exposição da pintura às intempéries e observando os prazos de manutenção previstos no manual.
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